LGA investe R$ 100 milhões para aumentar a qualidade do minério

Projeto tem previsão de entrar em operação plena no segundo semestre de 2025, com a capacidade de processar ROMs (run of mine) com menor teor de ferro

Obras do Projeto 3,5M da LGA Mineração na unidade de Lobo Leite / MG Crédito: Arquivos LGA Mineração / Divulgação

Com um aporte de cerca de R$ 100 milhões no Projeto 3,5M, a LGA Mineração planeja a modernização da sua planta industrial, focada na flexibilidade do abastecimento de matérias-primas e processamento, aumento da qualidade do minério final e ganho em eficiência logística e ambiental.

O projeto tem previsão de entrar em operação plena no segundo semestre de 2025, com a capacidade de processar ROMs (run of mine) com menor teor de ferro, além de mais abundantes, muitos deles desprezados por outros players da região e transformá-los em concentrados com mais de 65% de ferro para atender siderúrgicas com metas de descarbonização.

A estrutura do Projeto 3,5M inclui nova britagem, um sistema de moagem inovador, melhorias no circuito de concentração e a instalação de um novo filtro prensa em parceria com a gigante chinesa JingJin.

Sem lavra própria, o modelo de negócios da LGA se consolidou ao longo de mais de 15 anos de atividade como uma rede de suprimentos com fornecedores de matérias-primas, estruturando processos industriais que agora exigem uma alta adaptabilidade técnica.

Para o CEO da LGA Mineração, Paulo Soares Toledo, o projeto 3,5M é a base que vai preparar a empresa para competir em um mercado que exige qualidade, rastreabilidade e impacto ambiental positivo.

“Nossa estratégia é pensar além do ciclo imediato. O novo sistema de produção vai além da produtividade: ele reduz emissões, reutiliza recursos e transforma ivos minerais em insumos valiosos”, afirma Soares.

“A indústria minero-siderúrgica está em um momento de transição, e é crucial que estejamos preparados para navegar por essas mudanças com agilidade”, complementa o diretor comercial da LGA, Wellington Ceciliano.

Para ele, o Projeto 3,5M transforma o que antes era visto como fragilidade, a ausência de lavra em diferencial competitivo. “Nossa localização no centro do quadrilátero ferrífero nos permite ar diversos tipos de ROM. O que o projeto traz é justamente a tecnologia para processar qualquer tipo de minério disponível. Isso nos coloca em posição estratégica e reduz nossa exposição a riscos de suprimento”, explica.

Imagens da planta de beneficiamento da LGA Mineração em Lobo Leite / MG Crédito: Arquivos LGA Mineração / Divulgação

Os resultados comerciais já estão sendo registrados pela empresa. Em 2024, mais de 60% da produção da LGA já superava os 62% de ferro, com um aumento de 15% no volume produzido em relação a 2023. A companhia também viu crescer sua fatia no mercado internacional: mais de 15% das vendas foram destinadas indiretamente à exportação.

A partir do funcionamento pleno do novo sistema em pleno, a expectativa é de que 100% da produção ultrae a faixa de 62% de ferro, com parte significativa acima dos 65%. Esses produtos, além de mais valorizados, geram menor consumo energético e menos emissão de CO₂ nas etapas seguintes da cadeia.

A planta continua operando com empilhamento a seco sem barragens de rejeito e com reaproveitamento de até 95% da água utilizada.

Essa orientação ESG também se estende à logística. A LGA tem investido na redução da circulação de caminhões, seja pela melhoria da qualidade do ROM, que exige menos transporte para blending, seja pelo uso de circuitos logísticos fechados que evitam deslocamentos vazios. Um projeto de terminal ferroviário está em avaliação para a unidade de Lobo Leite, o que poderá reduzir ainda mais os custos operacionais e emissões.

Para Ceciliano, a inovação continuará sendo a alavanca da competitividade da LGA nos próximos anos. “Investir em pesquisa e desenvolvimento vai nos permitir não apenas melhorar nossos processos e reduzir custos, mas fortalecer nossa posição diante de um mercado cada vez mais exigente em sustentabilidade e rastreabilidade”, conclui.

 

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